sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Presença



Caminho pisando à sombra do que fui um dia
Relembrando sonhos e expectativas

Juventude perdida? Talvez!!
Afogo meu pranto silencioso
para que não se deixe ouvir
Mesmo assim mostra-se nos cantos da minha boca
E no contorno dos olhos

Aonde vou?

Pergunto mil vezes
E com a mão escondo
Pressionando forte o amor

Que de mim tiraste
E jogou fora num canto qualquer
Daquele quartinho onde nos amamos

aquele mesmo que está teu retrato
Nele até me vejo

não me reconheço



Sinto-me fraco

Pensamentos somem
Minha voz soluça
Desorientado e decepcionado

aflito, angustiado sozinho.
Solitário!!
A mim pertenço
Pois sou solidão
Na tua ausência.

HERANÇA

Sentindo a morte chegar

O velho sentou no catre

Chamou então a familia.

Bueno! (Disse proseando)

O patrão ta chamando

E eu? Tenho que atende ao pedido

Hora braba minha gente

para um guasca que nem eu

Mas quero dexar em verso

a herança de vocês.

Nica..filha querida

Foi tu que vieste primeiro

E pra te ajudar...

e a meus neto vo te dexa

a Rosinha ta chegadinha a

dar cria e vai dar leite também.

Campero! Ó Campero

Gostei desse apelido, Rafael

e pra fazer justiça a ele,

e minha vontade

te dexar bem montado

O pariero alazão vai ser teu na minha ida

Mas vai prometer pro velho

Encilha de patrão rico

pra me levar ao tranquito

La pra ultima morada

Cidinha... nossa casula

Arredia e mal domada

Puxa saco dos irmãos

A herança que te sobra

e cuidar da tua mãe.

Até que ela se apague

e vá me encontrar no alem

Cuida dos versos que fiz

e cuida dos teu também.

Por ultimo minha velha

Mas não menos importante

Eu te dexo meu amor

que cantei o que fiz verso

Te dexo os nossos filho

e meu agradecimento

Foste mulher, companhera

Foste home,La na lida

Te judiei. Tu agüentaste.

Te amei e tu me amaste

Fica também com a rosera

essa que tu gosta tanto

e se sobra algum botão

Trás pro velho com saudade

Que do meu jeito ladino

vou esperar com carinho

La do lado do Divino.


Espera

Ela Ficou

Ficou para “Testemunha”

Que o homem tudo muda

Mas não se deixa mudar

Quanto mais doce a canção

Maior e a rejeição

Muda tudo ao bel prazer

Mostrando-se dominante

E La do final do túnel

Ela observa Ofegante!

A espera que um sonhador

Há descubra um instante

Tem tanto tempo essa espera

Mais ela!

Ela!Ainda esta La!

No final daquele túnel

Na caixa de pandora

A ESPERANÇA “testemunha”

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MORTE


Do mais profundo abismo emerge a silueta de meu tormento....

remexendo minha dor putrefata com inumanas gargalhadas ..

desgarrando a quietude do silencio...

sem testemunhas nem júri apenas condenado pela vida

esquecido pelo tempo triste morto enterrado.